Azul sobre amarelo, maravilha e roxo
Desejo, como quem sente fome ou sede,
um caminho de areia margeado de boninas,
onde só cabem a bicleta e seu dono.
Desejo, com uma funda saudade
de homem ficado órfão pequenino,
um regaço e o acalanto, a amorosa tenaz de uns dedos
para um forte carinho em minha nuca.
Brotam os matinhos depois da chuva,
brotam os desejos do corpo.
Na alma, o querer de um mundo tão pequeno
como o que tem nas mãos o Menino Jesus de Praga.
Lido em Poesia Reunida, de Adélia Prado
Tem dias que a gente só precisa de um forte carinho na nuca. . . e esse mundo pequeno só precisava ter mais uma pessoa, que ela fosse querida e intensa.
E roda a melancolia.
Sem Mais
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