sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Mais Uma de Amor


"Que algumas pessoas não acreditem que o homem esteve mesmo na lua, dá até pra entender, mas tem gente que não acredita em amor, e isso é imperdoável. Podemos não acreditar no que nossos olhos vêem, mas não podemos desacreditar no que sentimos. Você já ficou com a boca seca diante de uma pessoa? Já teve receio de ela estar ouvindo as batidas do seu coração? Bem, isso tudo não é prova de amor, apenas de ansiedade. Amor é outra coisa.
Amor é quando você acha que a pessoa com quem você se relacionava era egoísta, possessiva e infantilóide e isso não reduz em nada a sua saudade, não impede que a coisa que você mais gostaria neste instante é de estar tocando os cabelos daquela egoísta, possessiva e infantilóide.
Amor é quando você não compreende direito algumas coisas, mesmo tendo o QI mais elevado da turma, mesmo dominando o pensamento de Sócrates, Plutão e Nietzche. Perguntas simples ficam sem resposta, como por exemplo: como é que eu, sendo tão boa gente, tão honesto e com um coração tão grande, não consigo fazê-la perceber que ela seria a pessoa mais feliz do mundo ao meu lado?
Amor é quando você passa dias sem ver quem você ama, depois passam-se meses, e aí você conhece outra pessoa e passam-se décadas, e você já nem lembra mais do passado, e um dia qualquer de um ano qualquer você se olha no espelho e pensa: como é que eu consegui enganar a mim mesma durante todo esse tempo?
Amor é quando você sente que seria capaz de amarrar o cadarço de um tênis com uma única mão ou de fazer a chuva parar só com a força do pensamento caso a pessoa que você ama lhe mandasse um sim deste tamanho.
Amor é quando você sabe tintim por tintim as razões que impedem o seu relacionamento de dar certo, é quando você tem certeza de que seriam muito infelizes juntos, é quando você não tem a menor esperança de um milagre acontecer, e essa sensatez toda não impede de fazê-lo chorar escondido quando ouve uma música careta que lembra os seus 14 anos, quando você acreditava em milagres.
Tudo isso pode parecer uma grande dor, mas é uma grande dádiva, porque a existência do amor está toda hora sendo lembrada. Dor é quando a gente está numa relação tão fácil, tão automática, tão prática e funcional que a gente até esquece que também é amor."
Martha Medeiros

É depois de tudo... ainda querer um sofá verde!

"
Meu amor
Tudo em volta está deserto tudo certo
Tudo certo como dois e dois são cinco"

Sem mais

quinta-feira, 30 de julho de 2009

La Même Histoire


Qual é então esta ligação entre nós...esta coisa indefinível?

Para onde vão estes destinos que se amarram....para nos tornar inseparáveis?

A vida é uma dança que todos temos que dançar conforme manda a música.

As pessoas se movem juntas como as chamas no fogo.

Sinta a balada, a melodia e a rima enquanto há tempo.

Vamos todos por aí.

Os pares são "achados e perdidos" procurando mais uma oportunidade.

Tudo o que eu sei é que...

Estamos na dança.

Na mesma dança!

O que é então que nos separa?

Quem por azar nos reúne?

Para que tantas idas e vindas...neste caminho infinito.

Avança ao fio dos tempos

À vontade do tempo.

Assim...

Vive-se o dia-a-dia...nosso desejos, nosso amor.

Vai-se sem ao menos saber

E continua...

Na mesma história

Musique de film "Paris, Je T'aime"
Ainsi...la fin ou pas.
Toujours!
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quarta-feira, 29 de abril de 2009

MARX


"Só vivendo em sociedade o homem pode isolar-se, ele não poderia isolar-se se não vivesse em sociedade. Até o isolamento se torna possível graças à sociedade."
Lido em Luciano Gruppi citando Karl Heinrich Marx


É da sociedade que às vezes imana aquela vontade de se isolar. Às vezes só queremos nos isolar, porque no fundo sabemos que o mundo, as coisas, continuaram em movimento, independente de você ou não. Ando pensando se pensar assim é bom, ou ruim.
Sem Mais

sexta-feira, 24 de abril de 2009

ARISTÓTELES

"Os jovens, mercê do caráter, são propensos aos desejos e capazes de fazer o que desejam. Entre os desejos do corpo, a principal inclinação é para os desejos amorosos, e não conseguem dominá-los. São inconstantes e depressa se enfastiam do que desejaram; se desejam intensamente, depressa cessam de desejar. Suas vontades são violentas, mas sem duração, exatamente como os acessos de fome e de sede dos doentes."
Lido em "Caráter dos Jovens" de Aristóteles


Me sinto mais calmo, sabendo que Aristóteles viveu entre 384-322 a.C., e já afirmava tudo isso sobre ser jovem, enfim minhas inconstâncias são normais e há séculos. A felicidade está em ser capaz de fazer o que deseja e essas vontades serem violentas. Por enquanto estou na fase de não conseguir dominá-las, que para mim é o melhor na minha interpretação desta frase aristotélica.
Sem Mais

terça-feira, 31 de março de 2009

Teoricamente


"A realidade transborda a teoria."
Citado por um professor


Teoricamente a gente tem tudo certo, o que fazer, a hora que irá fazer, como irá responder as certas coisas...então, quando deparamos com as coisas assim, realmente acontecendo: sendo ditas, sentidas...a teoria vai por água abaixo.

Isso é a consequencia de se viver uma hora aqui outra ali.

Mas é vida...eu escolho viver.

Sem Mais

quarta-feira, 25 de março de 2009

Adélia Prado


"Hoje acordei normal, como antes de fazer 13 anos."
Adelia Prado

Isso é um fato, só não temos problemas (enfim...não tão grandes como agora) quando ainda estamos na infância. Quando começa adolescência parecemos uma chaleira quente pronta pra entrar em ebulição. Depois, as coisas fervem brandamente, apesar de ainda parecer que vai explodir, é mais fácil controlar a temperatura e manter a maio parte da água na chaleira. Sempre transborda um pouco da água...mas você acostuma, afinal, já não é mais çriança....já não é mais normal.

Sem Mais

terça-feira, 10 de março de 2009

ADÉLIA PRADO



Azul sobre amarelo, maravilha e roxo

Desejo, como quem sente fome ou sede,
um caminho de areia margeado de boninas,
onde só cabem a bicleta e seu dono.
Desejo, com uma funda saudade
de homem ficado órfão pequenino,
um regaço e o acalanto, a amorosa tenaz de uns dedos
para um forte carinho em minha nuca.
Brotam os matinhos depois da chuva,
brotam os desejos do corpo.
Na alma, o querer de um mundo tão pequeno
como o que tem nas mãos o Menino Jesus de Praga.

Lido em Poesia Reunida, de Adélia Prado

Tem dias que a gente só precisa de um forte carinho na nuca. . . e esse mundo pequeno só precisava ter mais uma pessoa, que ela fosse querida e intensa.

E roda a melancolia.
Sem Mais

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Gabriel Garcia Marquez

"A nostalgia, como sempre havia apagado as lembranças ruins e aperfeiçoado as boas. Ninguém se salvará de seus estragos."


Lido no livro "Viver para contar"

Escrito por Gabriel Garcia Maquez



É impressionante como sentir o passado perto: seu cheiro, seu som, seu gosto. . .trazem esse nostalgia vigorosa, que faz as pessoas esquecerem os ruins momentos e na suas cabeças criarem uma lembrança boa enorme.



Então depois, o que era nostalgia se transforma em presente confuso . . .



Ah, uma enchente. . .e quem se salvará??? Quem me salvará???

Sem Mais

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

ESCREVENDO...



"Não me lembro mais onde foi o começo, foi por assim dizer escrito todo ao mesmo tempo. Tudo estava ali, ou devia estar, como no espaço-temporal de um piano aberto, nas teclas simultâneas do piano. Escrevi procurando com muita atenção o que se estava organizando em mim e que só depois da quinta paciente cópia é que passei a perceber. Meu receio era de que, por impaciência com a lentidão que tenho em me compreender, eu estivesse apressando antes da hora um sentido. Tinha a impressão de que, mais tempo eu me desse, e a história diria sem convulsão o que ela precisava dizer. Cada vez mais acho tudo uma questão de paciência, de amor criando paciência, de paciência criando amor."

EClara Ice LISPECTOR,




-... eu me lembro do começo, mas definitivamente não consigo imaginar um desfecho... apropriado.


Paciência


E é isso só.

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Holanda & Sabino


"A diferença do amor, que extravasa a toda hora, a amizade precisa ter seus diques."

Lido no livro "Budapeste",

escrito por Francisco Buarque de Holanda

Não gosto quando não concordo com a frase, mas sei que no fundo ela está com a razão.

O amor extravasa, cai, sobra. . .derrama, expande . . .então escoa.

A amizade precisa ter barreiras, algo que segure suas águas correntes, que às vezes vêm muito avassaladoras.

Onde começa a amizade e termina amor? Onde começa o amor e termina amizade? Quando sabemos quando não é amor e é amizade? A onde vamos ler que por medo do amor, não se tem amizade?

Dúvidas sobre o coração são constantes:

"- Você que é músico de verdade, vai dizer aqui uma última palavra: a bateria é ou não instrumento de música?

- Piano é instrumento de percussão ou de corda?

Mas o violinista triste não queria saber de nada, muito menos de conversa fiada de botequim. Largou-nos um olhar desconsolado, soltou um suspiro que era um mugido tristissimo, ergueu-se, levando o cálice ao peito.

- E o coração . . . É instrumento de sopro ou percussão?"

Lido no conto "O coração do violinista"

escrito por Fernando Sabino


Minha opinião, é que ele seja de sopro e que oscila dependendo da força de quem está tocando.

Sem mais.